Feira de Santana
Diretor do HGCA diz que exame de paciente foi trocado na policlínica; secretaria vai apurar
Gessiana Lima de Jesus foi atendida inicialmente na policlínica do conjunto Feira X e fez exame de raio X na policlínica do bairro Tomba.
24/07/2014 às 15h36, Por Andrea Trindade
Daniela Cardoso
O diretor do Hospital Geral Clériston Andrade, José Carlos Pitangueira, esteve na manhã desta quinta-feira (24) no programa Acorda Cidade, onde falou sobre a situação da paciente Gessiana Lima de Jesus, de 17 anos, que deu entrada no hospital na última sexta-feira (18) com derrame pleural e a família reclamou de demora no atendimento por um especialista.
Gessiana Lima de Jesus foi atendida inicialmente na policlínica do conjunto Feira X. Exames constataram que ela estava com infecção no pulmão, infecção no rim, anemia, derrame nos olhos, infecção urinária e inchaço no fígado. Porém segundo o diretor do Clériston, o exame de raio X, apresentado pela família da garota, estava trocado, em nome de outra paciente, e não indicava nenhum problema de saúde.
“O raio X veio trocado. Se o médico não tivesse cuidado, ia fazer o atendimento errado. O raio X que chegou no Clériston mostrava que a paciente não tinha nada, que a paciente estava ótima”, afirmou.
Pitangueira reconheceu a demora no atendimento à paciente e disse que isso ocorreu devido à superlotação, que é frequente no hospital. Ele informou ainda que o médico especialista em pneumologia só atende no Clériston em dias de terça e quinta-feira e, por isso, a paciente foi atendida inicialmente por um médico clínico.
“Ela foi atendida, como todos os pacientes. A nossa superlotação não nos dá o direito de passar ninguém na frente. Ela não está mais no corredor, pois na segunda-feira surgiu uma vaga. Também já fizemos o exame de tomografia”, informou.
A secretária de Saúde do município, Denise Mascarenhas, informou, em contato com o Acorda Cidade, que a única policlínica de Feira de Santana que faz exame de raio X é a do bairro Tomba e que vai apurar a denúncia de troca feita pelo diretor.
Jozeilda Almeida, irmã da paciente, afirmou que o exame foi trocado e que um parente foi quem percebeu a troca e informou aos médicos. Já a prima de Gessiane, a publicitária Claudia Araújo, esclareceu que o exame que constatou o derrame foi um ultrassom e não o raio X. O ultrassom foi feito no CMDI (Centro Municipal de Diagnostico Por Imagem), a pedido de uma médica da policlínica do Feira X.
Outros problemas do Clériston Andrade
O diretor do HGCA ainda falou sobre outros problemas enfrentados pela instituição de saúde, a exemplo da falta de profissionais e a baixa quantidade de leitos e também de macas.
“Eu reconheço que nossa emergência, por ser o maior hospital do interior, não tem um atendimento bom. Na semana passada tinha um infartado na cadeira, pois não tínhamos mais maca no hospital. Existem dificuldades com a quantidade de leitos e a quantidade de funcionários. Nós contratamos pelo Reda, mas o Ministério Público Estadual proibiu esse tipo de contratação. Se não vai poder ter concurso, eu quero saber o que podemos fazer. Só não podemos dizer ao paciente que não vamos atender”, afirmou.
A situação da ortopedia também é um problema constante enfrentado pelo Clériston. Segundo Pitangueira, um equipamento para fazer cirurgia ortopédica está quebrado há mais de 50 dias e só agora a peça será substituída.
“O arco C quebrou e a empresa responsável está proibida de vender por causa de problemas em São Paulo. Conseguimos um arco C antigo no hospital Ernesto Simões e vai vir para Feira. Temos 26 pessoas aguardando pela cirurgia do fêmur. Essas cirurgias são de responsabilidade de clínicas conveniadas com a prefeitura. As fraturas fechadas são deles, nossa responsabilidade é com as fraturas abertas”, afirmou.
Segundo José Carlos Pitangueira, a demanda de cirurgias ortopédicas é grande. De acordo com ele, somente nos finais de semana, no mínimo 15 acidentes de moto dão entrada na emergência do Clériston Andrade. “Dão entrada com diversas fraturas expostas e fechadas e principalmente pancadas na cabeça”, informou.
Sobre a pouca quantidade de macas no hospital e a necessidade de reter algumas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Pitangueira disse que elas vão continuar presas no Clériston, quando houver necessidade. “Não podemos colocar ninguém na cabeça”, afirmou.
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