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Escritor Gabriel García Márquez morre aos 87 anos

Um dos maiores autores latino-americanos da história, García Marquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

18/04/2014 às 06h30, Por Maylla Nunes

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O escritor colombiano Gabriel García Márquez morreu nesta quinta-feira (17) aos 87 anos em sua casa, no México. O autor sofria de câncer nos pulmões, gânglios e fígado. Ele ficou internado entre o final de março e o início de abril por conta de problemas respiratórios, mas desde então fazia tratamento em sua residência.
 
Um dos maiores autores latino-americanos da história, García Marquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Ele é autor de livros como Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera, A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada e Memórias de Minhas Putas Tristes.
 
Nascido em Aracataca, na Colômbia, no dia 7 de março de 1927, García Márquez também era jornalista. “Mil anos de solidão e tristeza pela morte do maior colombiano de todos os tempos!", escreveu o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em sua conta pessoal no Twitter. Na mensagem, Santos manifestou solidariedade e prestou condolências à família de García Márquez.
 
As suas histórias o tornaram o mais conhecido praticante da literatura de realismo mágico, um mistura ficcional do cotidiano com elementos fantásticos, com personagens como um menino que nasce com um rabo de porco e um homem arrastado por um enxame de borboletas amarelas. A sua morte foi confirmada por duas pessoas próximas à família, que falaram sob condição de anonimato por respeito à privacidade da família. 
 
“Cem Anos de Solidão” foi “o primeiro romance em que os latino-americanos se reconheceram, que os definiu, celebrou a sua paixão, sua intensidade, sua espiritualidade e superstição, sua grande propensão ao fracasso”, disse o biógrafo Gerald Martin à Associated Press. 
 
Quando recebeu o prêmio Nobel em 1982, García Márquez descreveu a América Latina como uma “fonte de criatividade insaciável, cheia de tristeza e beleza, da qual este errante e nostálgico colombiana é apenas um número mais, destacado pela sorte. Poetas e mendigos, músicos e profetas, guerreiros e malandros, todas as criaturas dessa realidade sem limites, tivemos de pedir pouco da imaginação, porque o nosso problema crucial tem sido a falta de meios convencionais para tornar nossas vidas críveis.” 
 
Junto a escritores como Norman Mailer e Tom Wolfe, García Márquez foi também um praticante da não-ficção literária que se tornaria conhecida como Novo Jornalismo. Ele se tornou um representante do jornalismo latino-americano, com obras magistrais da narrativa de não-ficção, que incluem a “Relato de um Náufrago”, o conto de um marinheiro perdido em um bote salva-vidas por 10 dias. 
 
Outros escritos incluem um perfil do presidente da Venezuela Hugo Chávez e o relato vívido de como traficantes de cocaína liderados por Pablo Escobar haviam rasgado o tecido social e moral de sua Colômbia natal, sequestrando membros de sua elite, em “Notícias de um sequestro”. Em 1994, García Márquez fundou a Fundação Ibero-americana para Novo Jornalismo, que oferece treinamento e competições para elevar o padrão da narrativa e do jornalismo investigativo na América Latina.
 
Como muitos escritores latino-americanos, García Márquez transcendeu o mundo das letras. O homem conhecido como “Gabo” tornou-se um herói para a esquerda latino-americana, como um aliado precoce do líder revolucionário cubano Fidel Castro e um crítico de intervenções violentas de Washington do Vietnã ao Chile. As informações são do Correio.

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