Saúde

Apneia do sono aumenta risco de morte súbita, aponta estudo

Especialista em Odontologia do Sono explica que problema pode levar a doenças como hipertensão, infarto e impotência sexual

13/04/2014 às 09h47, Por Kaio Vinícius

Compartilhe essa notícia

Acorda Cidade

Uma pesquisa da Fundação Britânica do Pulmão mostrou que uma em cada três pessoas perde, em média, 23 dias de sono por ano, em virtude do ronco do companheiro. Mas o barulho, que pode causar brigas entre casais e até mesmo a separação, deixou de ser um incômodo apenas para o parceiro e pode ser sinal de uma doença grave para quem o emite: a apneia. Os portadores da doença, caracterizada por paradas respiratórias que ocorrem durante o sono e duram, no mínimo, 10 segundos, apresentam risco elevado de morte súbita por causa cardíaca, segundo estudo publicado pelo Centro de Distúrbios do Sono estadunidense.

 
No Brasil, 33% da população sofre com o problema, segundo o Ministério da Saúde. No entanto, a maioria nem sabe que tem a doença, já que apenas um exame que monitora o sono é capaz de diagnosticá-la, a polissonografia. “Entre as causas mais comuns da apneia estão o mau posicionamento da mandíbula, excesso de peso, obstrução parcial das vias aéreas superiores e algumas alterações hormonais. Mulheres apresentam maior risco quando entram na menopausa”, explica Kenya Felicíssimo, única dentista na Bahia com certificação em Odontologia do Sono.
 
A profissional aponta que, “além do ronco alto, entre as consequências mais frequentes da doença estão o aumento de peso, hipertensão, infarto, impotência sexual, alterações de memória e raciocínio, além de acidentes no trânsito e no trabalho, devido a noites mal dormidas”. Pesquisas realizadas na Inglaterra apontam que um em cada 20 motoristas apresenta apneia do sono; por causar sonolência diurna, a síndrome aumenta em seis vezes as chances de acidente no trânsito. Ao contrário dos adultos, as crianças portadoras da apneia apresentam comportamento hiperativo e tornam-se desatentas na sala de aula, resultando em baixo rendimento escolar.
 
Tratamento
 
Após diagnóstico emitido por um médico especialista em sono, o paciente pode optar pelo tratamento com um aparelho intraoral individualizado (AIO), que deve ser usado apenas para dormir. “O aparelho promove a desobstrução das vias respiratórias, possibilitando a passagem do ar. Pacientes que possuem apenas o ronco também são beneficiados e param de roncar”, explica Kenya Felicíssimo.
 

Além disso, algumas mudanças nos hábitos de vida contribuem com a melhora da síndrome. “Dormir de lado, perder peso e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam os apneicos a diminuir o número de paradas respiratórias durante a noite”, finaliza a especialista. 

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade