Bahia

PMs de Rio Real também são suspeitos de extorquir comerciantes

Os policiais teriam uma empresa que cobra por segurança de lojas. O juiz que acompanha o caso pediu proteção ao Tribunal de Justiça

23/11/2013 às 11h10, Por Andrea Trindade

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Acusados de promover invasões a residências, torturas e mortes, policiais militares lotados na 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (6ª CIPM), de Rio Real, município na divisa com Sergipe,  também têm contra si denúncias de outras práticas ilegais.
 
Segundo comerciantes, pelo menos dois policiais da 6ª CIPM realizam segurança compulsória no comércio local. Segundo as denúncias, os policiais cobram R$ 30 de cada estabelecimento para garantir baixos índices de roubos e furtos, especialmente aos sábados, quando o comércio ferve e a feira de rua está cheia. 
 
“Me chegam muitas acusações de que uma espécie de milícia age no comércio extorquindo os comerciantes”, diz o juiz Josemar Dias.
 
Desde quinta-feira, o jornal Correio mostra que policiais militares da 6ª CIPM, sob comando do major Florisvaldo Ribeiro, são acusados de diversos crimes, entre eles tortura e homicídios, espalhando um clima de medo na cidade. Após a publicação da reportagem, uma sindicância foi instaurada pelo Comando-Geral da Polícia Militar. O major Ribeiro foi ouvido ontem na sede da Corregedoria da PM, em Salvador. O governador Jaques Wagner disse também, ontem, que vai “até o final” nas investigações  (veja ao lado).
 
O juiz Josemar Dias esteve, ontem à tarde,  na sede do Tribunal de Justiça (TJ), no CAB, onde foi ouvido numa reunião em que pediu reforço na sua segurança para poder trabalhar. O juiz já tirou de Rio Real a mulher e os filhos.
 
“O TJ queria saber da situação atual e me deu algumas orientações. Queriam saber se ligaram pra mim, se eu e minha família recebemos cartas de ameaças ou outro tipo de retaliação”, contou o juiz. “O TJ ouviu e decidirá a necessidade de escolta ou não”, complementou, explicando que desde o início de novembro, quando comunicou a situação via ofício, o TJ determinou uma proteção discreta. 
 
Questionário
 
A reportagem teve acesso a um questionário  distribuído aos donos de comércios de Rio Real, em que eles são indagados sobre a qualidade do serviço de segurança prestado.  No local para assinatura subscreve o sargento Roberto Cláudio F. Sampaio.
 
No carnê de cobrança ao qual a reportagem também teve acesso está estampado o nome da empresa Máxxima Segurança Patrimonial, que teria sede em Alagoinhas. O carnê indica um valor de R$ 30 por mês a ser pago pelo serviço, que, de acordo com comerciantes se dá principalmente na Avenida ACM e na praça da cidade.
 
Consulta realizada ao Cadastro Nacional de Pessoa Júridica (CNPJ) indica que o número estampado no carnê é, de fato, da empresa com nome fantasia Máxxima Vigilância e Segurança Patrimonial. O nome empresarial é J de S Oliveira Vigilância e Segurança Patrimonial. Ainda de acordo com o cadastro, a empresa foi aberta em 27 de maio de 2011 e teve baixa um ano depois, em 28 de maio de 2012.
 
Fonte: Correio

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